Vereadora de Guarapuava fecha acordo para não responder criminalmente por envolvimento em atropelamento que terminou com morte

  • 14/06/2025
(Foto: Reprodução)
Professora Bia (PV) chegou a ser indiciada pela Polícia Civil, que concluiu que ela tentou ajudar o vereador Kenny do Cartório (MDB) a fugir após ele atropelar e matar um idoso em dezembro de 2024. Defesa dela diz que aceite do acordo não quer dizer que ela assume a culpa. Conhecida como Professora Bia (PV), Beatriz Aparecida Neves é vereadora em Guarapuava Reprodução/TSE A vereadora Beatriz Aparecida Neves, politicamente conhecida como Professora Bia (PV), fechou um acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para não responder criminalmente no processo que trata sobre um atropelamento que terminou com morte em Guarapuava, na região central do Paraná, onde ela atua na Câmara de Vereadores. O caso aconteceu em dezembro de 2024 e envolveu o também vereador Kenny do Cartório (MDB), que se tornou réu na Justiça devido ao caso. Segundo o MP-PR, ele estava dirigindo embriagado quando invadiu uma calçada e matou um idoso atropelado. A vereadora Bia foi investigada e chegou a ser indiciada pela Polícia Civil, que concluiu que ela tentou ajudar Kenny a fugir após o atropelamento. Saiba mais abaixo. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Kenny do Cartório (MDB) estava dirigindo carro que atropelou e matou idoso, segundo polícia TSE e Samu O indiciamento foi encaminhado para avaliação do MP-PR, e o promotor Mauro Acione Dobrowolski, de Guarapuava, optou por oferecer o acordo de extinção de punibilidade à vereadora. O g1 teve acesso ao documento. Nele, o promotor afirma que foi imputado à mulher o crime de "favorecimento pessoal", que é definido, no Código Penal, como "auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão", e tem pena prevista de um a seis meses de detenção, mais multa. "O delito imputado à investigada tem pena mínima inferior a dois anos. Além disso, a investigada não registra antecedentes, sendo que também sua conduta social e personalidade, bem como os motivos e as circunstâncias do delito, demonstram ser necessária e suficiente a adoção da medida", afirma o promotor. O acordo foi aceito pela vereadora, que pagou R$ 5 mil à filha do idoso atropelado como condição para fechá-lo. Em nota, os advogados Eduardo Pasetti e Gabriel Sócio Garcia, que atuam na defesa de Beatriz, ressaltam que o aceite da proposta do MP-PR "não implica em assunção de culpa". Agora, explicam eles, o processo foi extinto em relação à vereadora. "Beatriz Aparecida Neves confia na Justiça Brasileira e, conforme trazido pelo próprio Ministério Público, não concorreu para o fato que será apurado e julgado no presente caso. [...] Ressalta-se, ademais, que a transação penal (acordo ofertado pelo MP) é prevista a todos os cidadãos que preencham os requisitos legais e, portanto, não possui qualquer relação com o cargo eletivo ou prerrogativa de função", diz a nota dos advogados. Leia também: Família: Casal do Paraná realizará sonho de ter filha biológica com barriga solidária de prima; saiba como funciona a 'gestação por substituição' Violência: Pai e filho são presos em caso de violência doméstica, no PR; filho agrediu esposa e pai dele tentou impedir entrada da polícia, diz PM Veja vídeo: Trabalhador é atropelado por caminhão enquanto vai buscar marmita no horário de almoço, no Paraná O Diretório Estadual do Partido Verde (PV) no Paraná também se posicionou sobre o caso, e disse que não há elementos que justifiquem a abertura de procedimento interno no âmbito partidário contra a vereadora. "O PV Paraná acompanhou com atenção o caso e ouviu a vereadora Professora Bia. Reafirmamos nossa confiança na sua conduta e na sua história, que muito nos orgulha. Professora dedicada e cidadã exemplar, Bia sempre pautou sua vida pública e pessoal pela responsabilidade e pelo respeito às leis. Não há elementos que justifiquem a abertura de procedimento interno no âmbito partidário. Este tipo de medida só é adotado em casos nos quais há condutas que ferem a lei ou que maculam a imagem do Partido Verde, o que não é o caso. Seguimos acompanhando com responsabilidade e confiando na seriedade da Professora Bia", diz a nota enviada ao g1. Vereadora foi indiciada pela Polícia Civil Inicialmente a Polícia Civil descartou a participação da Professora Bia na tentativa de fuga do vereador Kenny Rogers Gonçalves Anacleto do local do acidente. No entanto, novas diligências foram realizadas nos meses seguintes - inclusive, a pedido do MP-PR - e a equipe investigativa chegou a outra conclusão, entendendo que ela auxiliou o homem a fugir, e indiciando a vereadora. Desde o dia do acidente, a vereadora negou os atos. Em relatório finalizado em abril, o delegado Wellinghton Yuji Daikubara disse que ela alegou que não reconheceu o então vereador eleito quando ele entrou no carro dela, e que ressaltou, ainda, que ligou para a polícia ao ver o acidente. O delegado questionou as alegações. "Entendo que, ao contrário do que fora alegado, Beatriz, ao passar pelo veículo capotado, parara-o, porque observara Kenny Rogers, seu futuro colega de legislatura, precisando deixar o local, para evitar a prisão. Após deixá-lo entrar, colocou o carro em movimento, enquanto ligava para o numeral de emergência (190) com o intuito de informar sobre o sinistro, não para que Kenny Rogers fosse preso, mas para dar atendimento à vítima do atropelamento. Cerca de 100 metros depois, foi abruptamente interceptada pelo veículo em que estavam os policiais civis, os quais impediram a fuga", ressalta o delegado. Relembre o caso Vereador eleito é preso após atropelar e matar idoso em calçada no PR O caso aconteceu no fim da tarde de 21 de dezembro, um sábado, dias antes de Kenny Rogers Gonçalves Anacleto tomar posse na Câmara Municipal de Guarapuava. Uma câmera de segurança que fica próxima ao local registrou o acidente. As imagens mostram que, após atropelar o idoso, o carro atingiu um barranco e capotou. Assista acima. Segundo a polícia, a vereadora Professora Bia passou dirigindo pelo local momentos após o ocorrido e Kenny entrou no carro dela para tentar fugir, mas o veículo foi parado por dois delegados que estavam de folga e também passavam pelo local naquele momento. RELEMBRE: Vereador eleito é preso após atropelar e matar idoso em calçada e tentar fugir após o acidente no Paraná, diz polícia A vítima foi identificada como José Maceno de Almeida, de 82 anos. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. José Maceno de Almeida tinha 82 anos Cedida pela família Vereador réu na Justiça Com o acordo de extinção de punibilidade, a Professora Bia não vai responder por nenhum crime relacionado ao caso. Já o vereador Kenny Rogers se tornou réu na Justiça pelos crimes de homicídio culposo (sem intenção de matar) na direção de veículo automotor, agravado por dirigir embriagado, estar com a CNH cassada, matar pedestre na calçada, deixar de prestar socorro à vítima, e por afastar-se do local do acidente, para fugir da responsabilidade. SAIBA MAIS: Vereador de Guarapuava vira réu na Justiça acusado de dirigir bêbado, matar idoso atropelado em calçada e tentar fugir após acidente Em nota, o advogado Marinaldo Rattes, que atua na defesa do vereador, contesta que Kenny Rogers não estava embriagado e afirma que vai demonstrar a tese durante o decorrer do processo. "O acusado não estava alcoolizado no momento do acidente, conforme consta em prontuário médico, que indica plena consciência e ausência de sinais clínicos de embriaguez. Testemunhas ouvidas também negaram o consumo de álcool. O acidente ocorreu devido à pista escorregadia pela chuva, sem evidências de excesso de velocidade ou de que o condutor soubesse ter atingido alguém. Ressalta ainda que houve solicitação de socorro por terceiros, sendo precipitada qualquer conclusão sobre omissão", afirma a defesa. O g1 tentou contato com o partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), mas não obteve resposta. Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2025/06/14/vereadora-de-guarapuava-fecha-acordo-para-nao-responder-criminalmente-por-envolvimento-em-atropelamento-que-terminou-com-morte.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Anunciantes