Quem é Sigmund Freud?

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Não existe psicanálise sem Freud. É impossível, em qualquer tempo ou lugar, estudar psicanálise sem atravessar sua obra. Todos os psicanalistas que vieram depois — Klein, Winnicott, Dolto, Lacan — só puderam erguer seus campos teóricos a partir de um retorno constante a Freud. Do mesmo modo, podemos dizer que o próprio Freud teria permanecido um médico desconhecido da história se não tivesse criado a psicanálise. Foi ela que o transformou em um dos nomes centrais do século XX, tornando esse laço indissolúvel entre Freud e psicanálise a justificativa para contar sua vida em paralelo com a invenção teórica que a marcou. Freud nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg, Morávia. Filho primogênito de Jacob e Amalia, cresceu em meio a dificuldades financeiras e a uma família numerosa, composta por oito filhos do terceiro casamento do pai. A diferença de vinte anos entre seus pais se tornaria matriz de uma das teorias mais célebres: o Complexo de Édipo. A figura paterna, por vezes humilhada e fraca, por vezes respeitada como autoridade, inspirou a reflexão sobre o pai morto da horda primitiva, em Totem e Tabu. Já Amalia, jovem, bela e idealizada, sustentou no menino o desejo e o temor da perda; elementos que, mais tarde, fundamentaram a descoberta da sexualidade infantil e do desejo incestuoso interditado. A vida doméstica explicitou sua posição de expectativa. Mesmo em casas modestas, Freud sempre teve um quarto próprio. Ali estudava, dormia e recebia colegas, e dali emergia a imagem do primogênito destinado ao saber. Um famoso exemplo desse favoritismo ficou explicitado num episódio em que Freud reclamou que as lições de piano das irmãs atrapalhavam seus estudos. Poucos dias depois, o piano sumiu e nunca mais voltou. Essa formação foi atravessada ainda por sua condição de judeu em uma Viena marcada pelo antissemitismo. Freud reagia de modo combativo, assumindo sua identidade judaica diante dos ataques. Essa condição de pertencimento marginal foi fundamental, pois o empurrou à independência intelectual e marcou sua reflexão sobre a lei, a tradição e o lugar do estrangeiro, como se lê em Moisés e o monoteísmo. Depois de se formar em medicina, em 1881, Freud aprofundou-se na neurologia e publicou trabalhos sobre afasia, cocaína e anatomia cerebral. Sua experiência decisiva, porém, veio em 1885, em Paris, com Charcot, onde testemunhou a clínica da histeria e o poder da sugestão hipnótica. De volta a Viena, em 1886, abre consultório como médico de doenças nervosas e logo se afasta da neurologia estrita, aproximando-se de Josef Breuer. Juntos publicam, em 1895, Estudos sobre a histeria e o caso Anna O., que inaugura o método da “talking cure”. Nos anos seguintes, Freud abandona a hipnose e a catarse, introduz a associação livre e, em 1900, publica A interpretação dos sonhos, obra que inaugura a psicanálise como prática e teoria. A difusão da psicanálise se fez também por discípulos e conflitos. Em 1902, Freud fundou, em Viena, a Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, embrião da Associação Psicanalítica Internacional. Ferenczi, Abraham, Jones e Rank estiveram próximos; mas Adler, Jung e Stekel romperam, fundando suas próprias escolas. Essas dissidências mostraram a vitalidade da psicanálise, que se reinventou em diversas línguas e contextos. A influência de Freud ultrapassou a clínica. Ele escreveu sobre Leonardo da Vinci, Michelangelo, Hoffmann, Shakespeare, Sófocles, Goethe, Dostoievski, abrindo uma nova leitura da arte e da literatura. Seus conceitos foram retomados por Mann, Musil, Joyce, Woolf, Kafka, Breton, entre outros. Em 1938, após a anexação da Áustria pelo nazismo, Freud se exila em Londres. Sofrendo de câncer na mandíbula, continua escrevendo e recebendo pacientes até sua morte, em 1939. Deixa uma obra monumental, mais de vinte volumes, um movimento internacional e uma marca indelével na cultura.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/instituto-especonhecimento-psicanalitico/noticia/2025/12/13/quem-e-sigmund-freud.ghtml


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