Bosque da Copel: parte de área verde famosa em Curitiba é vendida e gera preocupação de moradores sobre preservação

  • 17/10/2025
(Foto: Reprodução)
Bosque da Copel Reprodução O futuro de uma área do chamado Bosque da Copel, localizado no bairro Bigorrilho, em Curitiba, virou motivo de preocupação entre moradores e autoridades públicas após a informação de que um pedaço da área de mata nativa foi vendida pela Companhia Paranaense de Energia (Copel). O bosque está dentro de uma área conhecida na capital e que é dividida em quatro lotes, com diferentes proprietários. O Bosque da Copel, conforme levantamento feito pela vereadora Laís Leão (PDT), ocupa uma área de 47 mil metros quadrados. A área verde total na região tem 93 mil metros quadrados. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp A Copel confirma a venda de uma área do bosque, mas não revela o tamanho do espaço comercializado, o comprador, nem o futuro do local. Nesta sexta-feira (17), moradores da região se reuniram em uma das entradas do terreno para tentar entender o que vai acontecer com a área. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A moradora Raquel Oliveira Haag contou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, que os vizinhos receberam a informação de que a área preservada foi vendida para a construção de um mega empreendimento imobiliário, com 21 prédio residenciais. "Nos mobilizamos com a intenção de esclarecer isso e proteger o máximo possível o nosso patrimônio aqui", disse. Em nota, além de confirmar a venda de parte do bosque, a Copel destacou que uma área próxima, onde está localizado o "Chapéu Pensador", não pertence à companhia e é propriedade da Prefeitura de Curitiba, logo, não foi comercializada. Segundo a empresa, a área vendida está sob responsabilidade do novo dono, que deve atender à legislação urbanística e ambiental do município para fazer qualquer tipo de empreendimento. Até o momento, a área ainda não foi transferida, de acordo com documentos da prefeitura. Bosque da Copel - Área do Chapéu Pensador Reprodução/RPC Leia também: Incêndio: Temperatura passou de 800°C dentro de apartamento em que mulher se pendurou para salvar a família Previsão: Paraná registra ventos de até 103,7 km/h em meio a alerta de tempestades Loteria: Duas apostas da mesma cidade do Norte do PR acertam a quina da Mega-Sena Burocracia envolvendo a área Uma consulta informativa do terreno, disponível no site da prefeitura, aponta que a área possui quatro Indicações Fiscais (IFs). Segundo o Poder Executivo, o espaço onde está o Chapéu Pensador não tem nenhuma previsão de corte de árvores. Até o momento, também não há protocolo em tramitação na Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU) referente à construção de edificações nas demais áreas, conforme apuração da RPC. No caso do lote vendido, que fica próximo à Rua Coronel Joaquim Ignácio Taborda Ribas, há permissão para construção, desde que seja respeitada a legislação ambiental vigente, podendo receber edifícios de até seis andares. A arquiteta Cecília Maria Paula de Oliveira, que integra o grupo de moradores preocupado com o futuro do bosque, fez um levantamento das informações para esclarecer o grupo sobre o que pode ser construído na área. "O pessoal tem preocupação em adensar a área, porque é uma área que já está com um trânsito muito caótico e um empreendimento de muitas unidades causa um impacto. Então, tem que ter um estudo de impacto, talvez ser menos unidades. Pode ser que saia um prédio, mas não se sabe quantas unidades e a questão de andares. O zoneamento permite quatro andares com potencial pra mais dois, mas depende muito do impacto que será mantido de área verde", falou. No passado, área vendida quase virou reserva ambiental Bosque da Copel: área tem quatro lotes Reprodução A parte do bosque que pertencia à Copel foi vendida em setembro de 2024. Antes disso, em 2018, o então prefeito Rafael Greca e o Governo do Paraná, na gestão de Cida Borghetti, firmaram um protocolo de intenções para criar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM) no Bosque da Copel. Uma cerimônia chegou a ser realizada no Chapéu Pensador e contou com a presença de autoridades da Copel e do poder público. Na época, Greca destacou que o bosque ajudava a reduzir o impacto das construções e do tráfego, além de contribuir para a regulação hídrica e térmica da região. A criação formal da reserva, entretanto, não se concretizou. O g1 procurou o Governo do Paraná e a Prefeitura de Curitiba para comentarem a não transformação do espaço em área Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. Sugestão de recuperação da área A vereadora Laís Leão (PDT) protocolou, nesta sexta-feira (17), uma sugestão à prefeitura para que a área restante seja transformada em reserva ambiental e patrimônio ecológico do município. "Por que esse terreno foi vendido, se foi vendido? Por que uma área verde, que demanda preservação, foi vendida como investimento privado? E por que aquele bosque, aquela área de reserva de patrimônio natural, que foi prometida e oficializada em 2018, não se tornou de fato uma reserva?", disse a vereadora. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que instaurou um processo administrativo no âmbito da 2ª Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente e que o procedimento está sob análise do Promotor de Justiça. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/10/17/parte-area-verde-famosa-curitiba-vendida-gera-preocupacao-moradores.ghtml


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