Autismo: aumento de diagnósticos ou melhoria na identificação?

  • 18/04/2024
(Foto: Reprodução)
Neuropsicóloga levanta questionamentos importantes sobre o real aumento de diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Abril foi o mês escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de conscientizar a população sobre o autismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo. Com esses dados, é cada vez mais necessário trazer visibilidade sobre o transtorno a fim de tornar a sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva. Nos Estados Unidos, a prevalência para o autismo é de 1 para 36, de acordo com dados do Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC). Já no Brasil, que ainda não conta com estatísticas próprias, estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas são autistas. Para a neuropsicóloga, especialista em terapia da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e coordenadora do Projeto Effronté, Gescielly Tadei, o aumento no número de pessoas diagnosticadas com autismo não significa um crescimento real da condição, mas sim a melhoria na capacidade de identificação do transtorno. De acordo com Gescielly, o diagnóstico precoce, a compreensão dos diferentes níveis de suporte e o entendimento de que o autismo possui comorbidades são pontos cruciais que devem ser levados em conta durante o tratamento. Além disso, a família e a escola exercem um papel fundamental nesse processo. Gescielly Barbosa da Silva Tadei, neuropsicóloga especialista em ABA e coordenadora do Projeto Effronté Divulgação Desvendando o Transtorno do Espectro Autista (TEA) O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo ao seu redor. Caracteriza-se por dificuldades na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Segundo Gescielly, o TEA se manifesta em diferentes níveis de suporte, cada qual com suas necessidades e desafios específicos. “Aqueles com 35 a 40 anos devem se recordar dos colegas que eram considerados ‘estranhos’ ou ‘esquisitos’, e que não se ‘ enquadravam’ a uma rotina escolar. Hoje, observamos que havia ali um nível de autismo, em especial os nível 1 de suporte, que é funcional mas apresenta comorbidades como a dislexia ou a hiperatividade, por exemplo, e não se adapta a uma rotina escolar sem mediações adequadas”, explica. NÍVEIS DE SUPORTE NO AUTISMO Referem-se ao nível de ajuda e mediação que a pessoa precisará em sua rotina diária, seja em casa, na escola, nas atividades como um todo. Nível 1) Suporte leve. Indivíduos geralmente são funcionais, mas podem ter dificuldades em situações sociais complexas e na comunicação não verbal Nível 2) Suporte moderado. Necessidade de apoio mais frequente em atividades da vida diária e comunicação Nível 3) Suporte severo. Grande dependência de auxílio para atividades básicas e comunicação limitada A neuropsicóloga esclarece que esses níveis não são fixos. Com o acompanhamento adequado, terapias, intervenções e cuidados familiares, é possível que a pessoa evolua para menos severos e seja mais funcional e independente em sua rotina diária. No entanto, regressões também podem ocorrer, geralmente em decorrência de eventos traumáticos, falta de organização na rotina ou outros fatores que impactam o bem-estar da pessoa. “Uma discussão grave entre os pais em casa, um episódio de bullying na escola, uma falta de organização de rotina, itens que possam atrapalhar a fluidez da vida da pessoa TEA”, afirma a neuropsicóloga. Diagnóstico e Comorbidades O diagnóstico do autismo é realizado por uma equipe multidisciplinar, composto por médicos, psicólogos, neuropsicólogos e profissionais da área da saúde. O laudo final é realizado pelo médico neuropediatra ou psiquiatra infantil. Gescielly enfatiza que a maioria das pessoas sob a Hipótese Diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo - TEA apresenta comorbidades, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e ansiedade, dentre outros quadros que necessitam de uma equipe multiprofissional para atuação caso a caso. Medicamentos e Terapias Não existem medicamentos para o autismo em si, mas sim para tratar comorbidades e sintomas específicos. Em muitos casos de pessoas sob a hipótese TEA a medicação é substituída por terapias e apoio de rede familiar. Terapias como ABA, fonoaudiologia e psicomotricidade, são fundamentais para o desenvolvimento e qualidade de vida da pessoa. No campo das terapias, a psicomotricidade hoje é uma ciência que vem ganhando amplitude no trabalho com pessoas sob a hipótese TEA, pela sua forma de enxergar o ser humano auxiliando em sua perspectiva de compreensão no desenvolvimento motor, sensorial, cognitivo e social da criança. Por meio de atividades lúdicas e exercícios específicos, estimula-se a coordenação, o equilíbrio, a linguagem e a organização espacial. Equipe multidisciplinar (Psicólogos, Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos e Psicomotricistas) do Projeto Effronté Divulgação Para além da psicomotricidade existem os cuidados na área da Psicologia, Fonoaudiologia, Neuropsicologia, enfim, áreas que se debruçam para a compreensão do Transtorno do Espectro Autista em sua amplitude. Projeto Effronté: abraçando a causa e transformando vidas Iniciado oficialmente em outubro de 2022, o Effronté é um Projeto de Intervenção Multiprofissional voltado para o processo de avaliação de crianças sob suspeita do quadro de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), ou crianças já sob o diagnóstico do transtorno e as comorbidades a ele associadas. O projeto foi idealizado pela neuropsicóloga Gescielly Barbosa da Silva Tadei e acolhido pela Rede Cross Hospital Dia 4.0. Os atendimentos são realizados dentro das dependências do hospital, proporcionando um atendimento multidisciplinar de terapias semanais para as famílias, auxiliando-as nos cuidados com os filhos de forma cautelosa nas rotinas orientadas por médicos neuropediatras, psiquiatras infantis e pediatras que acompanham os casos de demanda clínica. Os atendimentos ocorrem de forma individual, sendo uma criança e o profissional. Há também a grupoterapia, sessões nas quais há crianças com demandas semelhantes, e que trabalham a interação social e estratégias comportamentais específicas com mediações detalhadas. O Projeto Effronté é composto por profissionais como Psicólogos, Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos, Mestre em Psicologia, Psicomotricistas e Ats em Psicologia. Sobre a Rede Cross Hospital Dia 4.0 A REDE CROSS Hospital Dia 4.0 é uma instituição de saúde que oferece atendimentos hospitalares, terapêuticos e ambulatoriais em regime de pequena e média complexidade que requerem menor tempo de internação. Trata-se de uma instituição hospitalar completa, equipada com todos os recursos necessários para o bom funcionamento da prestação de serviços de saúde, possibilitando a realização de uma gama de procedimentos em regime de hospital dia. Na maior parte das cirurgias, é possível receber alta no mesmo dia, o que evita gastos desnecessários para o paciente e seu plano de saúde, diminuindo ainda os riscos de infecção hospitalar. Mais informações, acesse: www.redecross.com.br

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/rede-cross-hospital-dia-40/noticia/2024/04/18/autismo-aumento-de-diagnosticos-ou-melhoria-na-identificacao.ghtml


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